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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Vamos Preservar!



Esta é a Praia da Fome em Ilhabela, cercada por nossa querida, mas em extinção, Mata Atlântica... Se nós hoje ajudarmos a preservá-la, nossos netos e bisnetos poderão usufrui-la como nós....

Desejo que seja possível!!!!

O Amigo do Rei - o Seriado

O site da série já está no ar, lá vocês podem entrar e assistir ao teaser, o primeiro capítulo vai pro ar dia 14/12. Abaixo segue o link do site, e espero que todos assistam e indiquem para os amigos, ajudando assim na divulgação. Pois trata-se de um projeto independente, e se não tínhamos dinheiro nem pra produção, imaginem para a divulgação!!

É um trabalho muit divertido!!!

Luciano Fonseca

http://www.amigodorei.com/

O Povo Brasileiro 1

Darcy Ribeiro

Falar de Darcy Ribeiro apenas como educador seria pouco. A proliferação de idéias e vontade de realizar projetos fizeram dele muito mais. começou como antropólogo, elaborando trabalhos de impacto mundial. Mais tarde, ingressou na área educacional, atingindo rapidamente o posto de ministro da Educação, no Gabinete Hermes Lima. estava ainda na casa dos 30 anos.

Sua produção no setor de ensino e cultural deixou marcas no país: criou universidades, centros culturais, uma nova proposta educativa com os Centros Integrados de Educação Pública (Ciep), além de deixar inúmeras obras escritas em várias línguas.


Sua trajetória sempre esteve próxima às lideranças dos governos. Seria inevitável ingressar na política: foi ministro-chefe da Casa Civil do presidente João Goulart em 63, vice-governador do Rio em 82, secretário da cultura e coordenador do Programa Especial de Educação, e senador da República de 91 a 97. Durante estes mandatos, também concretizou projetos na área ambiental. A intensa produção de livros o transformou num dos imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL). Nos últimos anos, ainda foi capaz de surpreender, produzindo poesias.

http://www.fundar.org.br/

A leitura do livro O Povo Brasileiro trouxe para mim muitas contribuições e ampliou o meu olhar sobre a História da nossa Formação como Brasileiros... Estarei escrevendo no meu blog alguns trechos que considero muito interessante... Aproveitem!!!!

Fonte: O Povo Brasileiro, São Paulo, Companhia das Letras, 2006

O Povo Brasileiro 2

O ENCONTRO DOS PORTUGUESES COM OS ÍNDIOS (pág. 41-42)
Aos olhos dos recém-chegados, aquela indiada louçã, de encher os olhos só pelo prazer de vê-los, aos homens e às mulheres, com seus corpos em flor, tinha um defeito capital: eram vadios, vivendo uma vida inútil e sem prestança. Que é que produziam? Nada. Que é que amealhavam? Nada. Viviam suas fúteis vidas fartas, como se neste mundo só lhes coubessem viver.
Aos olhos dos índios, os oriundos do mar oceano pareciam aflitos demais. Por que se afanavam tanto em seus fazimentos? Por que acumulavam tudo, gostando mais de tomar e reter do que de dar, intercambiar? Sua sofreguidão seria inverossímil se não fosse tão visível no empeno de juntar toras de pau vermelho, como se estivessem condenados, para sobreviver, a alcançá-las e embarcá-las incansavelmente? Temeriam eles, acaso, que as florestas fossem acabar e, com elas, as aves e as caças? Que os rios e o mar fossem secar, matando os peixes todos?

O Povo Brasileiro 3

REFLEXÃO DE DARCY RIBEIRO SOBRE A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL (p. 21-23)

Subjacente à uniformidade cultural brasileira, esconde-se uma profunda distância social, gerada pelo tipo de estratificação que o próprio processo de formação nacional produziu. O antagonismo classista que corresponde a toda estratificação social aqui se exarceba, para opor uma estreitíssima camada privilegiada ao grosso da população, fazendo as distâncias sociais mais intransponíveis que as diferenças raciais.
O povo-nação não surge no Brasil da evolução de formas anteriores de sociabilidade, em que grupos humanos se estruturaram em classes opostas, mas se conjugam para atender às suas necessidades de sobrevivência e progresso. Surge, isto sim, da concentração de uma força de trabalho escrava, recrutada para servir a propósitos mercantis alheios a ela, através de processos tão violentos de ordenação e repressão que constituíram, de fato, um continuado genocídio e um etnocídio implacável.

Nossos filhos e netos também merecem!!!!


Se pudermos manter as nossas belezas naturais, estaremos presenteando os futuros habitantes da terra com maravilhas iguais a essa!!!

Feminino e masculino: esteriótipos?

Este filme mostra as diferenças entre homens e mulheres (alguns esteriótipos) de forma muito engraçada!!! Vale muito a pena...

Muito divertido!!!

http://www.bozzetto.com/flash/fem_male.htm

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Muqueca Sergipana: uma história

É impressionante o quanto a distância física nos imprime sentimentos, nunca dantes tão fortes, por nossa terra natal. Digo física, porque, muito mais do que antes, guardo Aracaju e Sergipe dentro do meu coração, bem pertinho de mim...

Deixei Aracaju em 2001, quando me mudei para Campinas, com o intuito de buscar meu sonho de ser militante na saúde pública e especializar-me em Medicina Preventiva e Social. Assim que aqui cheguei, fui me aconchegando em vários lares de professores e colegas. Logo, logo, vi-me envolvida em uma rede muito querida de amigos e pais adotivos... Mas o banzo se mantinha persistente em mim... Sempre que visitava minha querida cidade, fazia questão de trazer vários pedacinhos dela comigo e foi assim que surgiu meu interesse de iniciar minha vida culinária, experimentando misturar os temperos de minha mãe e de amigas da terrinha, que aqui encontrei... Fui testando um prato ali, um doce acolá, sempre sob a supervisão de minha mãe via telefone... Fui aprendendo a achar os ingredientes sergipanos no Mercado Municipal de Campinas e não parei mais...

Sempre organizo orgias gastronômicas com grande aprovação dos amigos convidados. Tenho que revelar um segredinho: sinto muito prazer em cozinhar para meus amigos e delicio-me com a cara de satisfação deles... Meu melhor tempero é agradar aos amigos do peito... Também é muito mais gostoso quando os pratos são preparados coletivamente, todos ao redor da panela saboreando o cheiro do leite de coco, do óleo de dendê e do coentro... É indispensável dizer que o coentro é presença obrigatória, apesar de desagradar a alguns!

A muqueca sergipana é esta construção coletiva de gerações sergipanas diferentes e de amigos reunidos nesta magia que é cozinhar!!!

Muqueca Sergipana: a receita

Ingrediantes:

1,5 kg de peixe (preferencialmente cação, dourado ou vermelho)

1 kg de camarão pequeno descascado

02 alhos amassados

05 limões maduros

07 tomates maduros cortados em rodelas

05 cebolas médias cortadas em rodelas

02 pimentões verde cortado em rodelas

02 xícaras de coentro e cebolinha picados

100 ml de óleo de dendê

500 g de coco ralado fresco (encontrado no Mercado Municipal de Campinas) OU

500 ml de leite de coco industrial

01 pimenta de cheiro em rodelas (aquela que não arde)

sal a gosto

Modo de preparar:

Temperar o peixe e o camarão: colocar as postas de peixe e o camarão em vasilhame largo, temperando-os com sal, alho picado e sumo dos 05 limões. Deixar de molho por 2 horas.

Preparar o leite de coco natural: comprar coco ralado (encontrado no mercado municipal) ou comprar o coco seco, tirá-lo da casca e cortá-lo em cubos. Colocar no liquidificador, aos poucos, com água morna e bater muito bem. Depois coar acrescentando pouca água se necessário.

Montar a panela: colocar pouco dendê no fundo da panela, depois colocar parte do tomate, do pimentão, da cebola, da pimenta e do tempero verde. Depois colocar algumas postas de peixe e camarão e um pouco de dendê. Repetir a operação até finalizar as postas, terminando com a camada de verduras. Acrescentar o caldo do molho do vasilhame. Cozinhar em fogo alto por 15 minutos e acrescentar o leite de coco, natural ou industrializado. Quando usado leite de coco natural é necessário ficar mexendo no caldo até a fervura para não talhar (não mexer no peixe, apenas no molho). Quando começar a ferver, colocar em fogo brando e o excesso do caldo deve ser retirado e colocado em outra panela para se fazer o pirão. Estará pronto quando o peixe estiver cozido.

Modo de preparar o pirão: Só deverá ser feita quando o peixe estiver pronto. Aquecer o caldo separado até ferver e acrescentar farinha de mandioca aos poucos, mexendo bem até adquirir consistência pastosa.

Rendimento: 10 pessoas

Cidade Amiga da Amazônia

Queridos leitores, Este projeto é de extrema importância para acabarmos com a exploração ilegal da Amazônia ao atingir o bolso das madereiras ilegais. Faça pressão para que seu município assine o termo de compromisso. Acesse e veja se seu município é Cidade Amiga da Amazônia:

http://www.greenpeace.org.br/cidadeamiga/cidades_aderiram.php

O objetivo do programa Cidade Amiga da Amazônia é criar uma legislação municipal que elimine a madeira de origem ilegal e de desmatamentos criminosos de todas as compras municipais. Com isso, o programa deve ajudar a criar condições de mercado para a madeira produzida de forma sustentável na Amazônia. O programa foi concebido para transformar as compras municipais em política ambiental, adicionando um novo critério aos processos de licitação para compras de produtos e serviços que envolvam madeira da Amazônia.

Ao se tornar Cidade Amiga da Amazônia, a prefeitura estará contribuindo de forma concreta para mudar este quadro, já que deixará de incentivar a indústria madeireira que destrói ilegalmente a Amazônia e passará a beneficiar empresários que estão realmente comprometidos com o desenvolvimento sustentável da região. É o mercado consumidor fazendo a sua parte para garantir um futuro para a maior floresta tropical do planeta e condições decentes de sobrevivência aos seus 20 milhões de habitantes.

O primeiro passo para um município se tornar uma Cidade Amiga da Amazônia é assinar um Termo de Compromisso, assumindo as demandas do programa. Na seqüência, é estabelecido um Grupo de Trabalho que reúne representantes de setores do governo municipal e da sociedade civil e que estará encarregado de elaborar a legislação municipal e definir o melhor instrumento jurídico (decreto, projeto de lei) para implementá-la. O Greenpeace contribui neste processo com informações, oferecendo inclusive um modelo de projeto de lei formulado por juristas que inclui todos os critérios do programa. Este modelo foi desenvolvido para servir como um guia de referência na elaboração da legislação de cada cidade, facilitando o trabalho dos departamentos jurídicos dos municípios. Uma vez elaborada, a legislação deve ser apresentada à Câmara dos Vereadores e aos demais setores da sociedade para discussão e informação.

Livro com certificação florestal

Somos todos responsáveis pela nossa Amazônia e, quando li esta reportagem do Greenpeace (em anexo) percebi que podemos fazer muito mais. É algo bastante simples: todo livro publicado no Brasil deve ser impresso em papel e gráfica certificados pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal).

Acredito que você tenha contato com gráficas ou editoras. Vamos divulgar esta campanha para chegarmos ao marco de 100% dos livros com certificado (sei que sou muito otimista, mas devagarzinho chegaremos lá!!!)

Atualmente, os melhores padrões e critérios de manejo florestal são os estabelecidos pelo FSC. O FSC é o único sistema de certificação independente que adota padrões ambientais internacionalmente aceitos e assegura a integridade da cadeia de custódia da madeira desde o corte da árvore até o produto final chegar às mãos dos consumidores.

José Saramago apóia campanha do Greenpeace e lança primeiro livro com certificação florestal no Brasil
Prêmio Nobel de Literatura promove a adoção de padrões sustentáveis pela indústria editorial para proteger as florestas do mundo

http://www.greenpeace.org.br/noticias/institucional.php?conteudo_id=2338&sub_campanha=0

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Você sabe quais produtos são transgênicos?

Pois bem galera... Para saber basta acessar o GUIA DO CONSUMIDOR, produzido pelo Greenpeace. Vamos boicotar estes produtos:

http://www.greenpeace.org.br/consumidores/guiaconsumidor.php

Consciência ambiental: o que estamos fazendo?

Oi Gente,
Passei um fim de semana maravilhoso em Ilhabela... Eita Ilha bonita!!!
Ao olhar para aquelas belezas naturais, fiquei pensando como seria bom se ela pudesse ser preservada para a posteridade.... Mas ao conhecer a Ilha fui percebendo a ocupação humana que já se alastrava... Todo lugar que eu via havia uma modificação humana. Ao mesmo tempo, não ouvi ou vi nada que falasse sobre a importância da preservação, a importância de se manter as praias limpas (minto, li algumas placas velhas e pouco visíveis dentro do Parque Estadual), não encontrei ninguém do IBAMA, nem a secretaria de Meio ambiente, só a da saúde, a de Turismo e a Prefeitura...

O Racismo no Brasil 1

Pesquisa do Ipea derruba, com dados, o mito da democracia racial e mostra que mulheres negras sofrem duplo preconceito




ANDRÉ AUGUSTO CASTRO
Editor da UnB Agência

CRISTIANE BONFANTI
Estagiária da UnB Agência

Construído ao longo dos séculos, o conceito de democracia racial no Brasil se mostra, na verdade, uma grande mentira. Os dados da segunda edição da pesquisa Retratos da Desigualdade, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), mostram isso de forma clara. O estudo foi divulgado na tarde de segunda-feira, 25 de setembro, na Universidade de Brasília.


As pesquisadoras Luana Pinheiro, do Ipea e Vera Soares, do Unifem, constataram que o preconceito está presente em vários aspectos do cotidiano, inclusive na saúde. Ele faz com que 44,5% das mulheres negras nunca tenham feito o exame clínico de mama, capaz de identificar o câncer em estágios iniciais. A porcentagem de mulheres brancas que nunca tiveram acesso a essa medida profilática é bem menor: 27,3%.

O Racismo e os privilégios nossos de cada dia

Jose Antonio Moroni*


O Brasil é um país estranho e complexo. Pesquisa realizada em 2004 apontava que somente 4% das pessoas entrevistadas se reconheciam como racistas, mas, contraditoriamente, 87% reconheciam a existência de racismo no Brasil. Se somente 4% se reconhecem como racistas, onde está “guardado” o racismo de todas as outras pessoas? Essa conta não fecha.

Baseado nessa pesquisa, mais de 40 organizações/movimentos da sociedade civil, reunidas no grupo Diálogos contra o Racismo, lançaram em 2005 a campanha Onde você guarda o seu racismo? A iniciativa é voltada para as pessoas brancas.

Temos que perceber que o racismo não faz mal apenas a negros e negras, mas também a nós, brancos(as), e a toda a sociedade. A primeira fase da campanha, por meio de depoimentos espontâneos e reais, mostrou os sentimentos racistas de cada pessoa. A segunda fase, lançada em 11 de maio, mostra algumas situações cotidianas de racismo.

Gráficos do Racismo no Brasil

Racismo no Brasil
Percepções da discriminação e do preconceito no século XXI

SANTOS, Gevanilda Gomes (org.)
SILVA, Maria Palmira da (org.)

Sinopse

Autores: Gevanilda Santos, Maria Palmira da Silva, Gustavo Venturi, Vilma Bokany, Rosana Heringer, Rosane Borges, Douglas de Souza, Adilton de Paula, Andressa de Martini, Juliana da Silva, Ana Lúcia Souza, Juarez Tadeu Xavier, Joenia Carvalho e Nadia Brol

Traz uma síntese da pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo sobre discriminação racial e preconceito de cor no Brasil. A partir desses dados, diversos estudiosos analisam como a discriminação e o preconceito aparecem em questões como as relações de gênero, trabalho, lazer, religião, educação, justiça, violência, políticas afirmativas, saúde, identidade racial, racismo institucional e cultura política.

Faça o download dos gráficos que estão na publicação "Racismo no Brasil - Percepções da discriminação e do preconceito racial no século XXI", da Editora Fundação Perseu Abramo (em formato PDF).

Adquira o livro completo em: http://www.efpa.com.br/Telas/produto.asp?Id_Produto=200

fonte: http://www.dialogoscontraoracismo.org.br/forms/saibamais.aspx

O Racismo no Brasil 3

Negros e pardos recebem metade de salários de brancos, diz IBGE
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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a baixa escolarização e um processo histórico de exclusão ainda causam um abismo entre negros e brancos na inserção no mercado de trabalho brasileiro.

Os profissionais negros e pardos ganham em média 51,1% do rendimento dos trabalhadores brancos --ou seja, pouco mais da metade. Enquanto negros e pardos recebiam em setembro R$ 660,45 na média das seis principais regiões metropolitanas do país, os brancos tinham um salário médio de R$ 1.292,19.

O Racismo no Brasil 2

Negros e pardos são maioria de desempregados, diz IBGE
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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Embora os negros e pardos representem 42,8% da população em idade ativa (com 10 anos ou mais de idade), eles correspondem a 50,8% dos desempregados de todo o país.

A conclusão faz parte da pesquisa sobre Mercado de Trabalho Segundo a Cor ou Raça, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mês de setembro nas seis principais regiões metropolitanas do país.

A Democracia Participativa

Em entrevista à revista CAROS AMIGOS (setembro de 2003), o sociólogo Boaventura de Souza Santos, traz algumas considerações sobre Democracia. Apresento a vocês o resumo das idéias dele:
A Democracia representativa assentou-se na idéia de dois mercados: Mercado Político, das idéias, valores e bens que não têm preço e resultam de uma luta política, os compromissos; Mercado Econômico, o capitalista, onde se transacionam valores que têm preço, que são mercadorias. A partir da corrupção e a promiscuidade entre o público e o privado, as privatizações dos serviços públicos, começou a contaminação do mercado político pelo econômico. Há uma crise de representação porque os cidadãos se sentem menos representados por seus representantes e uma crise de participação porque não vê motivo para participar, não vê mudanças.
A solução é reinventar essa democracia representativa, com a complementaridade que lhe pode ser dada, através da democracia participativa. Precisamos lutar por condições em que pudéssemos revitalizar a democracia representativa através da democracia participativa.

Democracia intercultural

Mais palavras de Boaventura de Souza Santos, sociólogo, proferidas no ABRASCO, no Rio de Janeiro, em Agosto.

Não há apenas uma globalização, mas globalizações. Há outros modos de ver o mundo além do modo Ocidental, hoje dominante.

O Estado é democrático, porém a sociedade é desigual. Como sermos iguais, se somos diferentes? A democracia deve respeitar mais a equidade do que a igualdade.

A proposta da democracia atual é baseada na monocultura e não respeita a intercultura. Não existe uma só cultura, mas múltiplas culturas.

A América Latina traz a novidade deque somos iguais mas também somos diferentes. Apresenta potencialidade em ser alternativa para a democracia monocultural, desenvolvendo uma democracia intercultural. Democracia que respeita os interesses das minorias e não só os interesses da maioria. A regulação e a pressão popular são necessários para estas mudanças.

O Imperialismo dos EUA quer fazer-nos ver que há uma boa democracia e uma má democracia, com o intuito de colocar os países da América Latina uns contra os outros, em guerras fraticídas. Mais, na América Latina, há mais cumplicidades do que diferenças e este discurso não tem efeito. É necessário ampliar a articulação entre os movimentos sociais latinos, para aumentar a pressão dos mesmos sobre os governantes.

"Não é possível haver democracia enquanto houver ricos, tão ricos, que podem comprar e pobres, tão pobres, que se podem vender." Rousseau

Se quiser aprofundar sobre este tema sugiro o livro de Boaventura de Souza Santos, A gramática do Tempo, por uma nova cultura política, Editora Cortez

O que são alimentos transgênicos?

O que são transgênicos?

Transgênicos são plantas criadas em laboratório com técnicas da engenharia genética que permitem "cortar e colar" genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua estrutura natural a fim de obter características específicas. Não há limite para esta técnica; por exemplo, é possível criar combinações nunca imaginadas como animais com plantas e bactérias.


Você sabia que os transgênicos...

... podem aumentar a resistência a antibióticos?
... podem causar alergias?
... podem contaminar plantações vizinhas?
... na América Latina os pequenos agricultores são responsáveis pela produção de 50% das batatas, 60% do milho e 70% do feijão?
... a adoção de métodos de agricultura ecológica possibilitam um aumento médio de 73% na produção de alimentos?

A melhor maneira de manifestarmos nossa discordância com os transgênicos é atingir as empresas que compram os mesmos. Atingir o bolso delas. Neste endereço você saberá que produtos têm e não têm transgênicos. Dê uma olhadinha:

http://www.greenpeace.org.br/consumidores/guiaconsumidor.php

Também leia o texto: A verdade por trás do mito

http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/cartilha.pdf

A Amazônia está sendo consumida pelo Agronegócio

24-07-2006 - São Paulo
Indústria da soja anuncia moratória no desmatamento da Amazônia depois de pressão de consumidores

Após intensa campanha do Greenpeace, a indústria de grãos anunciou hoje, no Brasil, uma moratória de dois anos para a soja proveniente de novos desmatamentos no bioma Amazônia. A iniciativa mostra que o comércio internacional da soja foi abalado pela publicidade negativa da crise ambiental da maior floresta tropical do planeta. O Greenpeace reconhece que este é um passo importante, mas são as ações e não as palavras que poderão garantir um futuro justo e sustentável para a Amazônia.

A campanha do Greenpeace incluiu ações diretas no Brasil e na Europa e a publicação do relatório “Comendo a Amazônia” (veja o sumário em português), que detalha os impactos negativos da expansão da soja na floresta. Após a publicação do relatório, redes de supermercados e fast-foods, como o McDonald’s, formaram uma aliança histórica com a organização ambientalista para exigir que a indústria da soja adote medidas para conter o desmatamento da Amazônia e trazer governança para a região.

Revolução no INSS 2

Imagino que as pessoas que são ou já foram usuárias do INSS não tenham dado crédito ao que escrevi anteriormente. Por isso, gostaria de trazer algumas considerações sobre o post anterior.
Estas mudanças começaram a ser implementadas no início do ano e ainda não apresentaram grandes repercussões para os usuários. As capacitações para os peritos do INSS de Campinas, por exemplo, começaram este semestre.
Este processo ainda está no início e precisa continuar para que os usuários tão sofridos do INSS, aqueles que realmente precisam, possam ser agraciados com estas mudanças positivas...
Mas, apesar do pouco tempo, as fraudes estão sendo reveladas realmente!!! Basta ler estas notícias em anexo:

Revolução no INSS

Carlos Eduardo Gabas, ministro interino do Ministério da Previdência e Assistência Social, está fazendo uma revolução silenciosa na gestão do INSS. Estas notícias não vemos nos jornais...

Com o fim do INAMPS, a saúde tornou-se independente da Previdência. Esta ficou responsável pelas aposentadorias e seguros. Antes, estava garantida a reabilitação dos segurados, algo lógico, pois se você reabilita os segurados você diminui o tempo de seguro e garante o retorno mais breve ao trabalho. Com o fim do INAMPS, isto mudou: os governos começaram a não investir mais na reabilitação, ao invés de concurso público para contratação de peritos, foram sendo contratados médicos particulares sem critério e sem controle da perícia oferecida. Como o pagamento do salário era por produção, os médicos atendiam muito sem preservar a qualidade (há denúncias de médicos que atendiam um paciente por minuto, imagine!!!)...
Com todo este caos instalado no INSS, ficou fácil para advogados e empresas especializadas extorquirem o INSS. Basta o atestado médico definindo que o paciente era incapacitado para o trabalho que o benefício era oferecido sem nenhum critério. Como os peritos não perdiam tempo examinando o paciente (como ele ganhava por produtividade e não por contrato de metas, era melhor atender mais por menos tempo) e como não havia (e ainda não há) a reabilitação para avaliar melhor os segurados, os benefícios foram sendo concedidos sem avaliação qualificada de cada caso, assim como aposentadorias e até altas desqualificadas.
Na gestão do ministro interino Carlos Eduardo Gabas, todos os peritos particulares foram demitidos. Foi realizado concurso público para completar as equipes de peritos do INSS. A partir daí, as coisas começaram a mudar... Com uma equipe própria, as gestões locais das INSS puderam definir critérios de concessão de benefícios, de aposentadoria por invalidez e de alta. Foram organizadas capacitações para os peritos no intuito de qualificar a anamnese. Ampliou-se o diálogo entre o INSS e os SUS municipais. Também foi possível melhorar a investigação de fraudes e enfrentar a máfia de advogados e empresas especializadas em extorquir a Previdência social.
Outra proposta de relevância que está sendo planejada pela atual gestão do Ministério é a ativação do serviço de reabilitação da Previdência. Através desta oferta, os segurados terão ao seu dispor uma equipe multiprofissional para qualificar o seu retorno ao trabalho.

É de suma importância que estas ações sejam mantidos no próximo Governo que vier. Vamos pressionar nossos representantes!!!!

Para que servem as armas?

Fiquei estarrecida ontem com a notícia que vi:
Jovem de 26 anos é morto por tiro após discussão com segurança de 28 anos do shopping Iguatemi.


Agora, respondam-me uma pergunta: se o segurança não tivesse uma arma, este jovem estaria morto? No máximo, teria levado uma surra...
Esta historio me fez lembrar outra da minha adolescência: o pai de uma conhecida minha matou o namorado dela com um tiro. Ela deu uma fugidinha de casa na calada da noite para namorar escondido com seu namorado (quem nunca fez isto na vida???) e, quando voltou, seu pai atirou no menino, pensando se tratar de um ladrão...
Repito a pergunta: se este pai não tivesse uma arma, este jovem teria morrido?


Sou totalmente contra cidadãos armados, buscando sua defesa pessoal. Se as instituições não nos oferecem a segurança que precisamos, é necessário nos organizarmos e refletirmos sobre as causas basais da violência que nos amedronta: a desigualdade social. Enquanto há pessoas que desperdiçam comida, outras passam fome; enquanto existem pessoas que compram jatinho de milhões, outras moram em casa de papelão (vemos muitas destas casas na marginal Tietê). Existem pessoas que trabalham como escravas, ganhando menos de um salário mínimo por mês, sem carteira assinada, para famílias abastardas (vide a vida de muitas empregadas domésticas do Brasil, que seriam melhor denominadas como escravas domésticas)...


Em Maringá eles organizaram um Comitê interinstitucional contra a violência com bons resultados. São estas experiências que devem ser repetidas pelo Brasil...

Email de deputados, senadores e outros para nossa manifestação

Em tempo de internet, precisamos usá-la para manifestar nossos apoios e indignações. Nossos representantes precisam compreender a quem eles tem que servir: aos interesses do POVO BRASILEIRO. Vamos nos pronunciar através da internet... Façam bom proveito!!!

1) INSS - ouvidoria@previdencia.gov.br

2) Governo federal - protocolo@planalto.gov.br

3) Ministério da Saúde - gabmin@saude.gov.br

4) Ministério do Trabalho – dsst.sit@mte.gov.br

5) Câmara dos deputados - cidadao@camara.gov.br

6) Senado federal – scomcas@senado.gov.br

A Corrupção Nossa de Cada Dia

Todos nós, brasileiros, ficamos estarrecidos com o tanto de denúncias de corrupção que estão aparecendo e que sempre apareceram, entra governo, sai governo.

São anos e anos de construção engenhosa de corrupção, que penetrou na máquina dos governos e que está tão diluída nas negociações políticas. Parece ser difícil consertar...

Não venho neste texto fazer defesa ao Governo Lula, mas eu preciso dizer que não engulo a postura da oposição atual, apresentando como a grande alternativa ética, contra a corrupção. Fala sério.... Já está comprovado que a máfia dos sanguessugas e das ambulâncias começaram na era FHC. Fora outras que existiam desde o Império no Brasil e que persistiu após a proclamação da República...Pois é, a história da corrupção é antiga...

É necessário que todos os partidos parem e analisem juntos, sem acusações mútuas, a história da corrupção e , juntos, organizem uma mudança total na forma de se fazer política neste país. Não será um partido ou um Governo que dará fim a isso, mas todos juntos!!!

Quero também lembrar a todos os brasileiros, indignados com tanta corrupção, a lembrar que a corrupção está no nosso dia a dia...Aprendemos a sempre "dar um jeitinho brasileiro", aprendemos desde criança a "tirar vantagem em tudo"... Quem nunca furou uma fila???? Quem nunca achou que quem é honesto é ingênuo e vai ser enganado facilmente???? Quem nunca faltou ao trabalho e disse que estava doente???? São várias outras histórias que ilustram a nossa corrupção de cada dia...

Pois é, gente...Não adianta só exigir que ELES que estão no poder mudem de postura e respeitem o que é público...é necessário começarmos de nós mesmos. Precisamos, todos nós brasileiros, assumir uma postura de ética, contra a corrupção no nosso dia a dia...

Em defesa ao Servidor Público

Eu fico impressionada como é fácil se escrever artigos que falem mal dos serviços públicos, do mal atendimento e dos servidores públicos mal-humorados e que tratam mal os usuários... É bem comum, né?

Mas, como servidora pública que sou, sinto-me desafiada a defender meus colegas (e a mim mesma) e ao serviço público do Brasil...

Se vocês pensarem bem, quem é que fala para a população o "não" devido às faltas nos serviços públicos (medicamentos e consultas na saúde; vagas nas escolas e creches; segurança nas delegacias)??? O Servidor Público

Agora, continuando no raciocínio, quem é responsável pela falta??? O Governo em seus vários níveis

Você já parou para perguntar quanto estes profissionais ganham???? E a quanto tempo eles não têm reajuste de seus salários e nem aumento salarial??

E de quem é a responsabilidade por isto?? O Governo em seus vários níveis

E você já se perguntou em que condições de trabalho estes profissionais trabalham? Além da impaciência da população, do congelamento salarial, a manutenção da estrutura física dos serviços é precária e a contratação de novos profissionais não é proporcional ao aumento da demanda e nem às aposentadorias e demissões...

O que vemos no Brasil é um sucateamento dos serviços públicos para desmoralizá-los perante a população e justificar a privatização dos mesmos para as empresas dos que estão no poder e de amigos destes.

Apesar de saber que os trabalhadores não deveriam descontar suas frustações e raivas nos usuários, infelizmente a realidade é que os anos tornam descrentes as pessoas mais esperançosas e nem todos também tem dinheiro para fazer terapia (também com o salário que ganham)...

É necessário que defendamos os serviços públicos e não privatizados para garantir assim o acesso público da população a serviços essenciais.

Em um país como o nosso, com tamanha desigualdade social, temos a responsabilidade cívica de manutenção dos serviços públicos com qualidade e maior responsabilização dos Governos para isto acontecer!!!!

O Pacto pela Saúde

O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social.

A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG). O TCG substitui os processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovado anualmente. Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama, entre outras.

As formas de transferência dos recursos federais para estados e municípios também foram modificadas pelo Pacto pela Saúde, passando a ser integradas em cinco grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS), substituindo, assim, as mais de cem "caixinhas" que eram utilizadas para essa finalidade.

O Pacto pela Saúde engloba o Pacto pela Vida, o Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão.

Leia mais:

Série Pactos pela Saúde Volume 1: Diretrizes Operacionais http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_operacionais_serie_pacto_vol1_2006.pdf

Série Pactos pela Saúde Volume 2: Regulamento http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/regulamento_serie_pacto_vol2_2006.pdf

Série Pactos pela Saúde Volume 4: Política Nacional de Atenção Básica http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/regulamento_serie_pacto_vol2_2006.pdf

Série Pactos pela Saúde Volume 5: Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_programacao_pacto_2006.pdf

Isto é cultura!!!

Amigos, imaginem um lugar onde você pudesse ler gratuitamente todas as
obras de Machado de Assis, obras como a "A Divina Comédia", ou ter acesso a historinhas infantis.
Que este lugar lhe mostrasse as grandes obras de Leonardo da Vinci, ou você pudesse escutar gratuitamente uma música em MP3 de alta qualidade.
Pois o Ministério da Educação, disponibilizou tudo isso para nós. Só de Literatura em língua portuguesa há 732 obras.
Basta acessar o site: http://www.dominiopublico.gov.br
Mas estão pensando em findar o projeto por desuso, já que o nível de acessos é muito pequeno!!!
Repasse este e-mail a todos os seus amigos, para que esta excelente iniciativa não pare e continue a crescer.

Isto é um Assalto!

Passei pela experiência de ser assaltada. Nenhuma novidade... Até tenho que ser grata aos meus ladrões (fiquei super íntima já) pelo fato deles não terem sido agressivos (é engraçado este sentimento de gratidão, não acham?).
Mas, o mais interessante foi passar pela experiência, de 2 horas, na primeira Delegacia de Polícia de Campinas... Estava eu sentada, junto com meu namorado, olhando para aquela estrutura pública totalmente sucateada: cadeiras insuficientes para as pessoas, com algumas quebradas; o balcão era único para todos os atendimentos, sem nenhuma privacidade para a escuta dos problemas, alguns bem graves. Só de exemplo, durante a longa espera, uma pessoa foi identificada como foragido da justiça e todo o atendimento teve que parar para que o caso do rapaz fosse averiguado pelos policiais que estavam fazendo Boletim de Ocorrência. E não havia uma sala privada para isto... Além do que a demora do atendimento. Eram três computadores com apenas dois policiais trabalhando, eles, muito educados, por sinal (não estou sendo irônica, é verdade).
Estava eu ali e pensando, trocando idéias com meu namorado sobre o ínfimo investimento do Estado de São Paulo para aquele serviço público: serviço que existe para acolher os cidadãos agredidos e para obter informações para averiguar crimes cometidos...
Não pudemos deixar de comparar com outro serviço do Estado, que é vitrine da qualidade dos serviços do Estado, garoto-propaganda do Governo, que todos nós já usamos em algum momento: o Poupa- Tempo... O serviço é de primeira realmente... Nada a reclamar... Todos sorrindo, educados e super rápidos no atendimento. E aí eu me pergunto: como dois serviços do mesmo Estado podem ser tão diferentes? Como pode haver tanta discrepância no investimento que é dado para eles???!!!
O número de pessoas que atendem no Poupa-tempo é bem superior, com bem mais cabines de atendimentos, a estrutura é bem conservada com cadeiras suficientes para todos, há computadores disponíveis para acesso à internet...
Imaginem uma “estrutura Poupa-Tempo” nas Delegacias? Haveria cadeiras suficientes para todos, cabines de atendimento individual com mais privacidade, computadores disponíveis para realizar BO via internet, com funcionários orientando os usuários (para casos de furto é possível fazer BO via Internet, mas nem todos sabem destas informações ou não tem acesso a internet), mais policiais disponíveis para o atendimento (são policiais que abrem BO) e uma recepcionista para oferecer as informações necessárias para os cidadãos. Além de um sistema informatizado de inteligência ligado a um banco de dados central para melhorar a comunicação entre as polícias civil, militar, federal e guarda municipal.
Isto não seria um sonho, se os governantes fossem mais preocupados com a qualidades de todos os serviços públicos (além do Poupa- Tempo) do que com a próxima eleição . Pena que o bom atendimento nas delegacias não dá votos...

A violência que não vemos 3

continuação
"A Rota apaga"
"A mãe dá à luz, a Rota apaga." O dístico, relata um jovem, soldado do
Exército e morador da favela de Heliópolis, vizinha à Pilões, é gritado
pelos policiais toda vez que invadem a área. Outra frase de efeito moral é
"Deus cria, a Rota mata".
Todos os moradores entrevistados, pessoas que estavam nas ruas e vielas
durante a visita-surpresa da Folha, ou que foram saindo de suas casas, não
precisaram de estímulo para falar. Queriam apenas não ser identificados na
reportagem -medo de represálias dos policiais. Todos narraram cenas do
terror rotineiro que lhes é imposto pelos soldados da PM.
"Eu já tive de trocar três vezes a porta de casa. É que os policiais mandam
deixar a porta só encostada. Se estiver trancada, eles derrubam a pontapés."
"Minha casa tem dois portões de ferro. Não é contra bandido, aqui ninguém
rouba ninguém. É pra proteger da polícia." Três mulheres e uma adolescente
acusaram a polícia de abordar as que chegam do trabalho ou da escola,
chamando-as de "puta", "vagabunda" ou "vaca". "Já fizeram isso comigo; eram
cinco da tarde e eu estava voltando da escola", diz uma menina de 12 anos.
Um operário conta que policiais arrombaram sua casa para pegar uma camisa e,
com ela, limpar os sapatos. "Eu fui lá reclamar na delegacia, mas me
disseram que eu esquecesse: polícia não faz BO [boletim de ocorrência] de
polícia."
"Eles querem fazer todo mundo acreditar que aqui [na favela] só tem bandido,
PCC, mas não é assim. Os caminhões das Casas Bahia, da Marabrás, entram
sempre aqui e nunca foram roubados."
"Essas lâmpadas da rua: de noite, a gente tem de desligar. Se eles
[policiais] entram e encontram as luzes acesas, arrebentam com tiros. Olha
só essa luminária [e aponta para uma, esburacada, sem lâmpada]."
No enterro dos irmãos, sexta-feira, às 17h40, uma parente, estudante de
direito, reclamou: "A polícia mata uns jovens bestas e sem futuro como eles,
enquanto o bonzão do PCC [refere-se ao líder Marcos Willians Herbas Camacho,
o Marcola], fica no bem-bom, falando em celular, recebendo visita e dando
entrevista -como se fosse cantor popular. As coisas estão de cabeça para
baixo, não é?"

A violência que não vemos 2

continuação
Pedido de misericórdia
A moradora de uma casa colada ao "campinho" conta: "Um dos meninos pedia:
"Pelamordedeus, não me mata, deixa eu ir embora'". Os quatro filhos dela,
pernambucana, doméstica, que ganha dois salários mínimos por mês e acorda às
5h para trabalhar na Vila Mariana, já dormiam. A menorzinha, oito anos,
acordou no meio da confusão e se assustou com os pedidos de misericórdia.
"Eu fiquei com medo de eles matarem minha mãe também", disse a menina. "E
chorei na hora em que eles atiraram. Minha mãe falou pra eu não chorar, que,
senão, os homens matavam a gente também."
"Cuidado aí", advertem a reportagem. Alguém num barraco acima (é um declive)
começou a tomar banho -o corregozinho de água e sabão começou a molhar os
pés de todos.
Os mortos chamam-se Cristiano Augusto Rodrigues, 28, e os irmãos Jefferson
do Carmo Pereira, 27, e Rogério do Carmo Pereira, 24.
Um primo de Cristiano dá a ficha: "Ele sofria de epilepsia. Tinha quase 30
anos, mas era como uma criança", diz, referindo-se a um retardo mental.
"Tomava remédios e fazia bico em reciclagem de plástico."
Jefferson e Rogério eram metalúrgicos desempregados. Nos últimos tempos,
atuavam como vigias noturnos em um estacionamento vizinho à favela. Ganhavam
R$ 600 por mês, sem carteira assinada. Entravam às 23h30 e saíam às 8h30.
Segundo a mãe dos jovens, 46, foi o patrão quem arcou com os custos do
enterro, feito em urnas de padrão "nobre", na classificação do serviço
funerário municipal, ao preço de R$ 1.259 cada uma. "A gente não tinha
condições", disse a mulher. No velório dos filhos, ela se jogou sobre o
caixão de Robson, a janelinha aberta sobre o rosto do rapaz. Soltou um
grunhido gutural, antinovela da Globo, o som do desespero.
A dona de um bar na favela disse que, na noite em que morreram, os rapazes
passaram pelo estabelecimento dela para tomar cerveja. "Quando saíram para
ir trabalhar, deram o azar de cruzar com a Rota."
"Os policiais chegaram à favela pela rua que margeia a linha de transmissão
da Eletropaulo. Lá, recolheram o Cristiano. Foram subindo a favela e catando
quem encontravam."
Os soldados perguntaram aos rapazes quem tinha "passagem". Rogério disse
que, sim, teve uma bronca com a polícia. Passou um mês preso, por roubo de
dois maços de cigarro em um posto. Segundo vizinhos, os demais nem chegaram
a responder. Os PMs descarregaram as armas neles.

A violência que não vemos1

GUERRA URBANA/REAÇÃO

Meninos de 3 e 5 anos são obrigados a encostar as mãos na parede durante
incursão de policiais na zona sul de São Paulo

Em favela, Rota 'dá dura' até em crianças

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

MARLENE BERGAMO
REPÓRTER-FOTOGRÁFICA

A garotinha de três anos mal sabe falar. Mas a palavra "polícia",
pronunciada pela reportagem em uma visita-surpresa à creche improvisada em
um barraco na favela dos Pilões (zona sul de São Paulo), faz a menina -olhos
negros, grandes e redondos, e penteado maria-chiquinha- ter uma reação
surpreendente: ela se aproxima da parede, põe as mãos para trás e abaixa o
rosto enquanto repete: "Poliça, poliça".
A mulher que cuida das crianças pede ao menino de cinco anos que explique o
que acontece. Ele diz: "A polícia entrou aqui, mandou todas as crianças
encostarem na parede desse jeito e falou que levaria todos nós para a Febem
se a gente não contasse onde estavam escondidas armas e drogas". O garoto se
juntou à menininha, mãos na parede. Mais sete crianças repetiram o ato.
Uma jovem de 12 anos conta que o irmão de dez andava na semana passada por
um beco quando um PM ofereceu R$ 1 em troca de informações: "Onde moram os
bandidos daqui?", perguntou o policial.
"Agora, veja a tragédia que podia ter acontecido se o menino resolvesse
falar alguma coisa para pegar o R$ 1", diz a avó, que tinha ido à creche,
vinda do trabalho como doméstica, para pegar as crianças e levá-las ao
barraco da família.
Na última quarta-feira, às 23h30, os becos da Pilões mancharam-se de sangue.
Uma incursão da temida Rota acabou com três mortos.
Idosos, crianças, mulheres, adolescentes, homens e mulheres, um total de 78
pessoas -contadas uma a uma-, fizeram questão de acompanhar a Folha pelas
ruelas escuras e pelos becos da Pilões na tarde e noite de quinta-feira.
Queriam mostrar o caminho que os jovens mortos teriam percorrido até o
momento em que foram obrigados pelos PMs a se deitar de bruços no chão de
uma área com menos de 16 m2, chamada de "campo de futebol", para receber os
tiros.
O nome "campo de futebol" é uma relíquia da época em que a Pilões ainda
tinha grandes áreas livres. Hoje, o "campo" está ocupado por casas de tijolo
baiano, grudadas umas às outras -só sobrou a pequena área onde os rapazes
teriam sido chacinados pelos PMs.

A lista da corrupção municipal

Fonte: Caros Amigos sobre Corrupção. Setembro de 2005


Desde abril de 2003, a Controladoria Geral da União, do ministro Waldir Pires, realiza um Programa de Fiscalização, realizando auditoria nos repasses federais de até sessenta cidades, em sorteios realizados pela Caixa Econômica Federal, com grande publicidade. Os auditores da CGU vão até os municípios sorteados, avaliam contas e documentos e inspecionam as obras já pagas pela União, além de conversar com a população. Até agora, já foram inspecionadas 801 áreas municipais em 16 sorteios. Mas nem todos os dados foram contabilizados pela CGU. Entre o 4º e o 14º sorteios, foram analisados 600 municípios, dos quais 458 apresentaram problemas sérios como onde foram encontrados problemas graves, tais como obras paradas apesar de já pagas, favorecimento de empresas em licitações, notas fiscais frias, superfaturamento de preços, gastos sem licitação, falta de medicamentos ou merenda escolar. Os nomes dos partidos políticos responsáveis por cada uma dessas prefeituras, no entanto, nunca foi levantado. A Caros Amigos fez a contabilização, e traz aos seus leitores a lista completa dos municípios flagrados com irregularidades graves, além dos partidos vencedores das eleições municipais de 2000. Um pequeno mapa da corrupção nos municípios, ainda que apenas daquela que foi flagrada pelo governo federal. Por Natalia Viana e Camilo Leal Oliveira.

Para saber os municípios que foram flagrados com irregularidades graves, entre no site:

www.carosamigos.com.br