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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Democracia intercultural

Mais palavras de Boaventura de Souza Santos, sociólogo, proferidas no ABRASCO, no Rio de Janeiro, em Agosto.

Não há apenas uma globalização, mas globalizações. Há outros modos de ver o mundo além do modo Ocidental, hoje dominante.

O Estado é democrático, porém a sociedade é desigual. Como sermos iguais, se somos diferentes? A democracia deve respeitar mais a equidade do que a igualdade.

A proposta da democracia atual é baseada na monocultura e não respeita a intercultura. Não existe uma só cultura, mas múltiplas culturas.

A América Latina traz a novidade deque somos iguais mas também somos diferentes. Apresenta potencialidade em ser alternativa para a democracia monocultural, desenvolvendo uma democracia intercultural. Democracia que respeita os interesses das minorias e não só os interesses da maioria. A regulação e a pressão popular são necessários para estas mudanças.

O Imperialismo dos EUA quer fazer-nos ver que há uma boa democracia e uma má democracia, com o intuito de colocar os países da América Latina uns contra os outros, em guerras fraticídas. Mais, na América Latina, há mais cumplicidades do que diferenças e este discurso não tem efeito. É necessário ampliar a articulação entre os movimentos sociais latinos, para aumentar a pressão dos mesmos sobre os governantes.

"Não é possível haver democracia enquanto houver ricos, tão ricos, que podem comprar e pobres, tão pobres, que se podem vender." Rousseau

Se quiser aprofundar sobre este tema sugiro o livro de Boaventura de Souza Santos, A gramática do Tempo, por uma nova cultura política, Editora Cortez

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