Mais palavras de Boaventura de Souza Santos, sociólogo, proferidas no ABRASCO, no Rio de Janeiro, em Agosto.
Não há apenas uma globalização, mas globalizações. Há outros modos de ver o mundo além do modo Ocidental, hoje dominante.
O Estado é democrático, porém a sociedade é desigual. Como sermos iguais, se somos diferentes? A democracia deve respeitar mais a equidade do que a igualdade.
A proposta da democracia atual é baseada na monocultura e não respeita a intercultura. Não existe uma só cultura, mas múltiplas culturas.
A América Latina traz a novidade deque somos iguais mas também somos diferentes. Apresenta potencialidade em ser alternativa para a democracia monocultural, desenvolvendo uma democracia intercultural. Democracia que respeita os interesses das minorias e não só os interesses da maioria. A regulação e a pressão popular são necessários para estas mudanças.
O Imperialismo dos EUA quer fazer-nos ver que há uma boa democracia e uma má democracia, com o intuito de colocar os países da América Latina uns contra os outros, em guerras fraticídas. Mais, na América Latina, há mais cumplicidades do que diferenças e este discurso não tem efeito. É necessário ampliar a articulação entre os movimentos sociais latinos, para aumentar a pressão dos mesmos sobre os governantes.
"Não é possível haver democracia enquanto houver ricos, tão ricos, que podem comprar e pobres, tão pobres, que se podem vender." Rousseau
Se quiser aprofundar sobre este tema sugiro o livro de Boaventura de Souza Santos, A gramática do Tempo, por uma nova cultura política, Editora Cortez
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