Neste fim de semana, eu e amigos discutimos sobre homens e mulheres e as relações entre eles.
Foram apresentados diversos argumentos sobre fidelidade entre homens e entre mulheres, as linguagens dos homens e das mulheres no processo de paquera, as diferenças dos comportamentos entre as regiões do Brasil e entre as metrópoles e cidades menores, etc.
No fim, chegamos à conclusão de que o pano de fundo desta discussão era que mulheres e homens estão vivendo um momento de revisão de seus papéis na sociedade e nas relações, papéis estes que foram chacoalhados pelo movimento feminista.
A mulher neste processo tornou-se mais independente financeiramente e os homens viram estremecer o seu papel de provedor.
Eu vejo que o movimento feminista foi radical na defesa dos direitos da mulher ao ponto de defenderem também igualdade entre homens e mulheres. Eu fui influenciada pelas idéias mais radicais e, por alguns anos, eu competia com os homens e acreditava que receber ajuda de homens era submissão.
Hoje, acredito que nós, mulheres, precisamos rever a maneira de defendermos nossos direitos. Ter direitos iguais é bem diferente de sermos iguais. Eu não quero ser igual ao homem e nem quero competir com eles. Somos diferentes em diversos aspectos e nestas diferenças não há melhor ou pior características.
Fisicamente, somos mais frágeis e os homens mais fortes. Hormonalmente, somos mais instáveis e os homens mais estáveis. Relacionalmente, somos mais água, mais flexíveis e mais emocionais, os homens são fogo e mais racionais. As mulheres tem maior capacidade para realizar várias atividades ao mesmo tempo, enquanto os homens focam uma atividade de cada vez. Claro que há nuances nestas características, não quero ser determinista.
Em minha vida, percebi que precisava resgatar a minha feminilidade para me reencontrar comigo mesma. Compreendi que ser flexível não é ser submissa. Ser feminina não diminui os meus direitos, pois não preciso ser igual ao homem para ter os mesmos direitos que eles.
Percebo que os homens estão perdidos, não estão sabendo como agir: se devem ser fortes, protetores e decididos, se devem ser carinhosos, sensíveis. Acredito que nós mulheres temos a responsabilidade de ajudá-los. Eles também precisam se reencontrar com o papel deles e não deixar de serem masculinos.
Mas o desafio é o encontro entre os homens e mulheres. E eu só vejo um modo de nos entendermos: através do diálogo. Precisamos dizer o que pensamos e o que queremos sem jogos, sem medo de ver as nossas próprias contradições. Chegarmos a contratos e consensos juntos. Pedir ajuda ao outro sem se sentir humilhado ou submisso.
Não podemos nos envergonhar de sermos homens e mulheres e encontrarmos a beleza nas diferenças.